O excesso de chuvas dificulta o manejo de defensivos e deixa lavouras de soja vulneráveis ao ataque de doenças e pragas em Mato Grosso. Uma das preocupações é com o percevejo, inseto que causa danos significativos tanto para a oleaginosa quanto para o milho, elevando os custos da safra em algumas regiões.

No município de Lucas do Rio Verde, por exemplo, o volume hídrico acima da média atrasa em quase dez dias o ciclo da soja na fazenda do produtor Daniel Schwartz. Além disso, também compromete a realização dos tratos culturais na lavoura.

“Como a soja alongou o ciclo, ela está mais tempo verde na roça e, consequentemente, tem que cuidar mais e com o tempo nublado e fechado as entradas estão atrasadas. Assim, tem aumento de pragas, principalmente dos percevejos. O controle dele tem que ser feito bem na fase inicial, porque se você perde o tempo de aplicação, acaba ficando ainda menos eficientes as tuas aplicações”, explica.

Segundo ele, geralmente são feitas duas aplicações de produtos em sua lavoura para mitigar a praga, mas atualmente essas baterias são dobradas. Com isso, o custo de produção da soja aumenta. “Essa vai ser a safra mais cara da história. O tempo está difícil de trabalhar e o produtor fica ansioso e preocupado”.

A relação de troca de milho por fertilizantes para a safra 2023/24 em Mato Grosso está mais atrativa para os agricultores. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a quantidade de sacas do grão necessárias para a aquisição de uma tonelada de alguns macronutrientes está até 26% menos que há um ano.

Ao passo que iniciam os trabalhos de plantio nos mais de 7,4 milhões de hectares destinados para a safra 2022/23, os produtores de milho em Mato Grosso já observam a oportunidade de começar a se programar com relação a aquisição dos insumos para a próxima temporada.

A análise do Imea leva em consideração o preço de paridade do milho em julho de 2024, período da colheita do grão, com a cotação dos insumos em dezembro de 2022.

Recuo nos preços internacionais
De acordo com o Instituto, a ureia, o sulfato de amônio (SAM) e o Map apresentaram quedas de 4,31%, 19,98% e 26,81%, respectivamente, ante a safra 2022/23.

“Essa redução foi justificada pela retração nos preços dos insumos no mercado internacional, devido a maior oferta dos produtos e a demanda mais fraca neste período”, pontua o Imea em seu boletim semanal do milho.

 

Fonte: Canal Rural

Milho 23/24: relação de troca por fertilizante está mais favorável ao produtor, aponta Imea