Soja perde liderança no ranking dos principais produtos exportados e ajuda a puxar resultado para baixo

As exportações do setor agropecuário em 2024 foram menores do que no período anterior. Os dados são da Balança Comercial divulgada nesta segunda-feira, 06, pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Puxaram essa queda a soja (-19,4%) e o milho (-39,9%), que registraram US$ 42,9 bilhões e US$ 8,1 bilhão, respectivamente. Com isso, a soja deixa de ser o principal produto exportado pelo Brasil em valores, já que o petróleo registrou US$ 44,8 bilhões. 

No entanto, a métrica utilizada pelo ministério não coloca na mesma categoria produtos que passaram por algum tipo de processo. É o exemplo do açúcar, carnes e celulose, todos registraram  crescimento no valor exportado. Esses produtos fazem parte da Indústria de Transformação na categorização do MDIC, segmento que teve um crescimento de 2,7%, saindo de US$ 177,1 bilhões para US$ 181,9 bilhões, representando 54% da pauta exportadora. 

“O destaque das exportações nesse ano de 2024 vai para Indústria de Transformação que teve o melhor desempenho entre todas as categorias com desempenho de 2,7%, ou seja, num cenário em que as exportações brasileiras no total, em valor, se retraíram 0,8%, a Indústria de Transformação é um destaque com crescimento de 2,7%, superando as outras categorias — Agropecuária e Indústria Extrativa”, reforçou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.

Confira o desempenho de alguns produtos do agronegócio brasileiro:

Café não torrado: US$ 11,3 bilhões (+55%);
Açúcares e melaços: US$ 18,6 bilhões (+18,1%);
Carne bovina (fresca, resfriada ou congelada): US$ 11,6 bilhões (+22,8%);
Celulose: US$ 10,6 bilhões (+33,7%);
Farelo de soja: US$ 10,4 bilhões (-14,4%);
Carnes de aves e miudezas comestíveis: US$ 9,08 bilhões (+1,2%).
Exportações gerais têm segundo melhor resultado da série histórica
Segundo o MDIC, em valores, o Brasil só não exportou mais do que em 2023. Por isso, a soma de 2024 é de US$ 337 bilhões, 0,8% menor do que no ano anterior. Já as importações cresceram 9% chegando a US$ 262,5 bilhões, também o segundo maior valor da série histórica, que começou em 1989. Com isso, a balança comercial do Brasil foi positiva em US$ 74,6 bilhões.

Na pauta das importações, os insumos agrícolas, como adubos e agrotóxicos, registraram queda em 2024. Entre fertilizantes e adubos, o país comprou US$ 13,5 bilhões, o que é 7,2% a menos do que em 2023. Já os defensivos também recuaram em valor importado, indo de US$ 4,8 bilhões em 2023 para US$ 4,7 bilhões em 2024 (-1,1%). No entanto, o volume cresceu: 8,4% e 37,1%. “Isso é muito motivado pela queda de preço”, ponderou o diretor. 

Quanto ao destino das exportações brasileiras, a China figura em primeiro lugar, com US$ 95,9 bilhões (-9,3%). A queda se deve mais em relação ao preço do pelo volume, que recuo 0,2% na comparação com 2023. União Europeia (US$ 48,2 bilhões) e Estados Unidos (US$ 40 bilhões) compraram mais produtos brasileiros, o que trouxe um crescimento tanto em receitas (4,2% e 9,2% a mais, respectivamente) como em volume (2,7% e 10% a mais, respectivamente).

Oriente Médio e África também foram destaques positivos, com US$ 17,9 bilhões e US$ 15,8 bilhões, respectivamente. O volume exportado para os países do Oriente Médio foi 19,4% maior que em 2023. Já para a África, o volume foi 23,5% a mais.