Meta é expandir de 7% para 15% a área irrigada no estado de São Paulo até 2030

O governo do estado de São Paulo anunciou na quinta-feira, 12, um pacote de investimentos para o agronegócio paulista. Somados, os recursos totalizam R$ 340 milhões em investimentos. A ação faz parte de um convênio entre as secretarias de Agricultura e Abastecimento (SAA), de Desenvolvimento Econômico e da Desenvolve SP — agência de fomento do estado, que financia o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, assim como, dos municípios.

Entre as principais ações, está o anúncio de uma linha de crédito de R$ 200 milhões para expandir a irrigação por meio do programa Irriga +SP. Os juros serão a partir de 4,8% ao ano, com prazo de pagamento de até cinco anos. Para o financiamento de projetos de irrigação, energia fotovoltaica e agricultura de precisão, a carência é de até 18 meses. Já para o financiamento de aquisição de máquinas e equipamentos, a carência limite é de 12 meses. 

Poderão ter acesso ao crédito, os pequenos produtores, com área de até 100 hectares e médios produtores que tenham entre 100 a 500 hectares. O limite de financiamento é de até R$ 5 milhões. Com a iniciativa, o governo estadual pretende ampliar os atuais 7% de área irrigada em São Paulo, para 15% até 2030. 

Ao lembrar das queimadas que causaram prejuízos bilionários ao agro paulista este ano, o governador Tarcísio de Freitas, ressaltou que esse crédito é essencial. “Precisamos de pivôs, irrigação e estrutura de armazenagem, com taxa de juros menor que a praticada no mercado”, afirmou durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes.

Além disso, a SAA trabalha outra ação para reservar água para os interesses agropecuários. “Estou trabalhando em um projeto de lei para passar para a Alesp [Assembleia Legislativa do estado de São Paulo], porque nós vamos reservar água em São Paulo”, disse Guilherme Piai, secretário da SAA. 

Combate ao greening
Outro anúncio foi o investimento direto de R$ 90 milhões para a criação do Centro de Pesquisa Aplicada em Inovação e Sustentabilidade (CPA). A iniciativa é uma parceria entre Fundecitrus, a Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. O principal objetivo do CPA será o desenvolvimento de pesquisas para combater o greening. 

Na ocasião, Freitas lembrou que a doença dizimou cerca de 20% dos pomares de laranja na Flórida no último ano, algo, que segundo ele, não acontecerá em São Paulo. “A gente não pode deixar isso acontecer porque precisamos lembrar que 7 copos em cada 10 copos de suco consumidos no mundo são de São Paulo. A gente vai dar uma resposta[à doença]”, destacou Tarcísio. 

Atualmente, a citricultura responde por 8,2% das exportações paulistas e por 45 mil empregos no estado.

Investimentos em logística 
Também foi anunciado o aporte de R$ 50 milhões do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) — o primeiro Fiagro do estado voltado para logística. Os recursos sairão da Desenvolve SP, destinados à infraestrutura logística do agronegócio paulista. 

CAR de número 100 mil 
Durante a cerimônia, o governador Tarcísio e o secretário Guilherme Piai fizeram a entrega simbólica do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de número 100 mil. O produtor Manoel Marinho Júnior, de Presidente Venceslau (SP), foi quem recebeu o registro.

Produtor Manoel Marinho Júnior recebe a entrega simbólica do CAR de nº 100 mil do estado de São Paulo. Foto: governo do estado de São Paulo/Divulgação
Atualmente, São Paulo tem 400 mil propriedades e a previsão do governo é ter 100% delas validadas no CAR até o final de 2026.